domingo, 27 de novembro de 2011

Soneto da escrita escolar III

(Ao gosto de Glauco Mattoso)

Anos, passou a fio, a ler os textos
De seus alunos embusteiros gados.
A cada vírgula, esperava gestos
De fúria e sangue, verbos desbocados.

Que nada! Lero-lero em manifestos,
Missas, lances de dados viciados:
Despoluir... descorromper... protestos
Tão soníferos quanto calculados.

Mas, por vencido, não se deu. Hahá.
- Cansei de bosta no papel. De cócoras!
No chão, caguemos. Um, dois, três e já!

Caprichai, que impiedoso o tempo cobra.
Sem mais tardar, o sinal soará.
A gente vai, e fica só a obra.

(Pau no Gu)

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