sábado, 9 de maio de 2009

com fúria amorosa, ó árvore,
é que firo tua pele,
com facão, navalha, gume,
sabre, punhal, canivete

violento teu caule duro,
e áspero, e rude, e grosseiro,
incisindo o nomezinho
tatuado no meu peito

teus vasos liberianos
assassino-os, covarde,
na tua pele que não corre,
não chora ou grita, nem quase

eu vos sacrifico apenas
com esta caneta fria
no altar cruento
da página de Poesia.

(Gu)

Cântico

Então que, ao pé de uma arvrinha,
Nascia amor radicoso.
Seu seio luciluzia
A clarividência zen:
A alma desperta e além.
Nos meus lábios, doce fruta
Divulgava vida arguta.
- O orvalho assim licoroso.

(Gu)
Ó, nossa irmã cativa, tens razão
Pois se laçam sem voz, em himeneus,
Nossas raízes fundas sob o chão.

Teus galhos fazem cócegas em Deus.
Tuas raízes, cafuné no Diabo.
Mas são terrenos os domínios teus.

- Dançai-nos e cantai-nos, ventos fados...

(Gu)

Excerto de relatório de estágio - Abril de 2009 - Cronilógico

- Vou fazer aniversário na terça que vem.
- Nossa! Que bom! Quantos anos você vai fazer?
- Vinte e três.
- Você não tem vergonha? Devia fazer uns quarenta... quarenta e pouco...

(Gu)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

breve poema sonoro com um título imenso para se pensar a vida

sábios?
são os pássaros que não erram a hora de cantar
nós é que nos confundimos
com a hora de ouvir.
tenho certeza
que era
naquele momento
um Bem-te-vi.

(biel)