segunda-feira, 30 de abril de 2012

sujo III

os cabelos acariciados pelo correr das tuas águas
musgo
me esverdeio
de boca aberta
saliva no cio
mas as bocas de lobo é que te engolirão

sujo II

tenho sede
lambo a sarjeta em busca de chuva
à procura do corpo líquido que se desfaz ao toque da minha língua
ao avesso

domingo, 29 de abril de 2012

sujo

Desmundos desabam.
Que me inundem
imundícies
daquelas não ditas por aqui.
E que a ti também te tinjam.
De lodo te cubram
e te enlacem líquidas a escorrer pelo teu corpo.
É na sujeira que te faço homem
que te faço mulher
e
que me afogo
em sonhos cristalinos.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

diário

com o estômago dissolvido em café
o chiclete na boca o mantém acordado
o som das teclas é nauseante
o desenho das letras que pululam na tela é repugnante

de próprio punho
esmurra a faca
desejando antes fosse espelho
ou reflexo

mas nenhum
ou ambos

ou triplos esforços
e ele se senta
na mesma cadeira

segunda-feira, 9 de abril de 2012

o reino

da masmorra
a condenação da princesa não parecia ruim
mas dá
uma vontade
de chamá-la
pro lado de cá
onde os delatores não a alcançarão
e onde

se entra
com as unhas

(biel)