domingo, 27 de novembro de 2011

Soneto da escrita escolar I

Chamem policiais, empreendedores,
Pastores, cientistas, Barrabás,
Chacais, leões-de-chácara, umas flores,
E os administradores, aguarrás,

E mais: os filisteus, governadores,
Senhores, guardas, médicos legais,
Geisel, juízes, bispos, revisores,
Autores, diretores, tanto faz!

Só não permitam, oh! só não permitam
Que a pena do poeta lambuzasse
Sua cruenta e diabólica tinta

Sem que fosse em mandinga, asilo, passe
De mágica, ou sarjeta, ou vaso, ou finta.
Aos outros, deixem o diário de classe!

(Pau no Gu)

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