Bafejava palavras, o docente,
E seu bafo impregnava, forte e quente,
A sala d’aula inteira: das carteiras
Aos uniformes, por todas fileiras,
E logo o pátio, enfim o continente.
Trucidava, ele, as escovas de dente,
Cultivava piorreias e boqueiras,
Cáries e todo o ódio às enfermeiras.
Era, o bodum, de tal modo bestial
Que qualquer um passava muito mal,
Abandonado à própria selva esconsa.
Suas palavras fediam carniça,
Não cheiravam a certeza castiça.
Dizem que bafejava em língua de onça.
(Pau no Gu)
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