domingo, 11 de dezembro de 2011

Soneto da avaliação IV

“Numa terra de morenos”, Clarice
soprava que “ser ruivo era revolta”,
“revolta involuntária”, mas sem volta –
Só clandestinidade, ciganice –.

Uma vida sem tribo, pois, que abrisse
Trincos, janelas: riscos sem escolta –
Nem mesmo a de uma “tribo ruiva” –. À solta,
Aos relinchos, à pirlimpsiquice.

Os morenos, porém, que nem são pretos
nem brancos, sentem ódio desses ruivos
E inventaram, para enfim lhes dar tetos,

notas baixas, vermelhas, humilhantes.
Os revoltosos persistem aos uivos.
E os ares ficam mais rubros que dantes.

(Pau no Gu)

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