a água é fria, mesmo numa manhã de sol
não deu tempo que se aquecer nas caixas d'água sobre as lages de um bairro pobre
ainda há resquícios do frio da madugada que o impede de levantar apenas de cuecas
na pia:
dois pratos
duas taças
dois garfos
duas facas
duas tacinhas de sobremesa
duas colheres de sobremesa
nas mãos:
o gosto frio da água
a esponja
o detergente
no peito:
batidas aceleradas
nas costas:
as marcas
na cabeça:
a lembrança
na cama:
ainda o corpo nu estendido no calor dos lençois que o frio da madrugada desta vez não alcançou.
(biel)
3 comentários:
Uuuuuuuuuuuu... suspiros...
Q lindo!
Q erótico! ;)
Bem escrito!
é, envelheci o bastante para ler seus poemas! lindo, lindo! :P
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