sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

o óbvio

lirismo não é,
mas é uma vontade de se matar.
ou antes,
de mergulhar.

uma sede que bebe
o sangue da gente
ainda quente
e mais vermelho.

a fome que consome
igere o músculo dado em vão
e o sono invindo,
abortado
morre toda noite.

pela manhã
o sol machuca
mas o sereno,
do lado de fora,
queima.

mas é uma vontade boa de se matar
ou antes,
de mergulhar
a noite inteira.

(biel)

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