perfume aprisionado na brisa fria da manhã
sonhando em prados sem fim
planícies extremas de planaltos centrais.
Não pode ser a liberdade
não para mim
mas você que respira
que sente frio
e que passeia...
...talvez num breve momento de quase
escape um milésimo de centímetro
e escute uma canção diferente.
(biel)
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
dias de festa
arrumamos a casa
perdemos um, dois, três dias na arrumação
e depois de tanto esforço, estamos cansados!
chegam os convidados e um milagre
nos animamos.
depos perdemos mais um, dois dias arrumando.
e é assim o nosso ano.
mas esse poema deveria ser lido ao contrário.
(biel)
perdemos um, dois, três dias na arrumação
e depois de tanto esforço, estamos cansados!
chegam os convidados e um milagre
nos animamos.
depos perdemos mais um, dois dias arrumando.
e é assim o nosso ano.
mas esse poema deveria ser lido ao contrário.
(biel)
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Excerto de relatório de estágio - Dezembro de 2009
Camila: - Professora, posso ir beber água?
Diane: - Não.
Camila: Mas estou com sede.
Diane: Guarde-a com carinho, pois ela é o que você tem de mais precioso.
Ou
Geovanni: - Posso ir beber água?
Diane: - Não.
Geovanni: - Mas você não pode deixar os alunos com sede!
Diane: - Desconfie de todos que matam sua sede.
Diane: - Não.
Camila: Mas estou com sede.
Diane: Guarde-a com carinho, pois ela é o que você tem de mais precioso.
Ou
Geovanni: - Posso ir beber água?
Diane: - Não.
Geovanni: - Mas você não pode deixar os alunos com sede!
Diane: - Desconfie de todos que matam sua sede.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Excerto de relatório de estágio - Epístola de uma discípula a seu mestre - Setembro de 2009
O GUTASVO É GOTOZO
O GUTASVO E LIDO
O GUSTASVO MUTO GOTOZO
OBRIGADO
BEATRIZ
O GUTASVO E LIDO
O GUSTASVO MUTO GOTOZO
OBRIGADO
BEATRIZ
Excerto de relatório de estágio - Agosto de 2009
Gabriel: - Eu gosto de arrancar dente, sabia?
Eu: - Você é um dentista, então?
Gabriel: Você sabia que não é a fada-do-dente que traz o dinheiro? É a mãe...
Eu: - Magina! Como assim? E quando não se tem mãe? É a fada, sim!
Marco: - Quando ele crescer, vai virar fada-do-dente.
Gabriel: - Ah, se eu fosse, era pequeno. Estaria em escondido em seus cabelos (apontando para os meus).
Marco: - Ou nessa barba, então!
Gabriel: - Imagina quanta fada-do-dente não têm nesta barba.
Eu: - Você é um dentista, então?
Gabriel: Você sabia que não é a fada-do-dente que traz o dinheiro? É a mãe...
Eu: - Magina! Como assim? E quando não se tem mãe? É a fada, sim!
Marco: - Quando ele crescer, vai virar fada-do-dente.
Gabriel: - Ah, se eu fosse, era pequeno. Estaria em escondido em seus cabelos (apontando para os meus).
Marco: - Ou nessa barba, então!
Gabriel: - Imagina quanta fada-do-dente não têm nesta barba.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Fragmentos de um diálogo amoroso
L. (30/11/2009) diz: - Ah, eu acho que você ainda é garoto... ainda um pouco imaturo... Não pelas coisas que você diz, que você pensa e que você sente, mas pelas experiências mesmas de vida...
A coordenadora A.C. (01/12/2009) diz: - Nossa, Gustavo, você fica bem de verde!
.....................................................................................
L. diz: - Ah, mas você tem uma coisa que eu acho legal, que é a sensibilidade poética. (...) Ainda não muito na sua fala, mas já na sua escrita.
O professor J.A.H. diz: - Um dia, assaltaram minha casa. Amarraram minha esposa, meus filhos e a mim mesmo. Me amarraram ao pé da escada que fica na minha biblioteca. Comecei a rir. Vieram me bater. Perguntaram gritando: "Você está rindo da minha cara?". Respondi que não, que "jamais iria rir do senhor, estou rindo de uma piada pessoal mesmo". Bem a minha frente, na estante, estava o livro de Jean-Paul Sartre: "O que pode a literatura?"
....................................................................................
L. diz: - É que nossas vidas são muito diferentes, nossas experiências foram outras.
L. dissera, há uns 20 minutos atrás: - Ainda não sei direito, porque estou namorando com um cara que tá mudando de pátria, que tá mudando de língua, que tá longe da família.
.....................................................................................
O artista C.V. diz: - Se você tem uma idéia incrível, é melhor escrever um post; está provado que só é possível namorar em alemão.
....................................................................................
L. diz: - Eu não acredito em relacionamentos.
O personagem conceitual Z., do filósofo alemão F.N., diz: - A mim, a fé não me beatifica. Muito menos, a fé em mim.
..................................................................................
L. diz: - Isso não me comove.
..................................................................................
Os professores do Sul T.T.S. e S.M.C. dizem: - Advogar, em vez disso, o dissenso inconciliável, a diferença irredutível, o desencontro irremediável, a comunicação impossível.
...................................................................................
L. diz: - Os homens sempre falam isso - e podem até ser sinceros quando dizem -, mas depois acabam desistindo. - Muitas coisas, depois de um tempo, ficam previsíveis.
...................................................................................
Mais uma vez, os professores T.T.S. e S.M.C. dizem: - Toda continuidade é apenas o efeito de uma interpretação após o fato. O que temos, em vez disso, são falhas, quebras, hesitações, movimentos inesperados, arranques e paradas abruptas. Não uma lógica, nem uma teleologia, mas o movimento errático do acaso.
....................................................................................
L. diz. Não diz. Prefiro excluir esta fala, em minha edição cafajeste.
....................................................................................
A professora de História diz: - Nazismo é uma política e uma ética herdadas da Alemanha.
....................................................................................
O professor carioca L.A.B. diz: - O modo de vida fascista elimina o susto e o arrebatamento.
....................................................................................
O poeta P.L. diz: Só doer não é dor/ Delícia de experimentador.
....................................................................................
A escritora dentre as escritoras, C.L., na voz de M., diz: - Eu me dôo o tempo todo.
....................................................................................
Engrossando o caldo da Introdução à vida não-fascista, o professor da FEUSP J.G.A. diz: - Não enxergue, no outro, a carência, a falta, nem o exótico, nem o excêntrico.
....................................................................................
Eu, G.H.G, digo: - Eu escrevo, porque me dói. Uma dor alegre, se quiserem. Mas ainda dor. Cavalar. Claro que escrever não é remédio, não cura a dor, não assopra a ferida. Isso não, por favor! Mas é menos miserável, me parece, do que esta vida indigna que foi, e que é, e que vai ser até o fim. Escrevo pela grandeza do que pode ser. Pela grandeza do que não sei.
....................................................................................
Ainda o professor J.G.A. diz: - Não fale pelo outro. E editar também é falar pelo outro.
...................................................................................
Xi...
(Gu)
A coordenadora A.C. (01/12/2009) diz: - Nossa, Gustavo, você fica bem de verde!
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L. diz: - Ah, mas você tem uma coisa que eu acho legal, que é a sensibilidade poética. (...) Ainda não muito na sua fala, mas já na sua escrita.
O professor J.A.H. diz: - Um dia, assaltaram minha casa. Amarraram minha esposa, meus filhos e a mim mesmo. Me amarraram ao pé da escada que fica na minha biblioteca. Comecei a rir. Vieram me bater. Perguntaram gritando: "Você está rindo da minha cara?". Respondi que não, que "jamais iria rir do senhor, estou rindo de uma piada pessoal mesmo". Bem a minha frente, na estante, estava o livro de Jean-Paul Sartre: "O que pode a literatura?"
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L. diz: - É que nossas vidas são muito diferentes, nossas experiências foram outras.
L. dissera, há uns 20 minutos atrás: - Ainda não sei direito, porque estou namorando com um cara que tá mudando de pátria, que tá mudando de língua, que tá longe da família.
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O artista C.V. diz: - Se você tem uma idéia incrível, é melhor escrever um post; está provado que só é possível namorar em alemão.
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L. diz: - Eu não acredito em relacionamentos.
O personagem conceitual Z., do filósofo alemão F.N., diz: - A mim, a fé não me beatifica. Muito menos, a fé em mim.
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L. diz: - Isso não me comove.
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Os professores do Sul T.T.S. e S.M.C. dizem: - Advogar, em vez disso, o dissenso inconciliável, a diferença irredutível, o desencontro irremediável, a comunicação impossível.
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L. diz: - Os homens sempre falam isso - e podem até ser sinceros quando dizem -, mas depois acabam desistindo. - Muitas coisas, depois de um tempo, ficam previsíveis.
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Mais uma vez, os professores T.T.S. e S.M.C. dizem: - Toda continuidade é apenas o efeito de uma interpretação após o fato. O que temos, em vez disso, são falhas, quebras, hesitações, movimentos inesperados, arranques e paradas abruptas. Não uma lógica, nem uma teleologia, mas o movimento errático do acaso.
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L. diz. Não diz. Prefiro excluir esta fala, em minha edição cafajeste.
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A professora de História diz: - Nazismo é uma política e uma ética herdadas da Alemanha.
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O professor carioca L.A.B. diz: - O modo de vida fascista elimina o susto e o arrebatamento.
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O poeta P.L. diz: Só doer não é dor/ Delícia de experimentador.
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A escritora dentre as escritoras, C.L., na voz de M., diz: - Eu me dôo o tempo todo.
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Engrossando o caldo da Introdução à vida não-fascista, o professor da FEUSP J.G.A. diz: - Não enxergue, no outro, a carência, a falta, nem o exótico, nem o excêntrico.
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Eu, G.H.G, digo: - Eu escrevo, porque me dói. Uma dor alegre, se quiserem. Mas ainda dor. Cavalar. Claro que escrever não é remédio, não cura a dor, não assopra a ferida. Isso não, por favor! Mas é menos miserável, me parece, do que esta vida indigna que foi, e que é, e que vai ser até o fim. Escrevo pela grandeza do que pode ser. Pela grandeza do que não sei.
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Ainda o professor J.G.A. diz: - Não fale pelo outro. E editar também é falar pelo outro.
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Xi...
(Gu)
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