terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

do outro lado do desejo

o sangue havia passado incólume por algumas paixonites infecciosas q só geraram catarro. sentiu invadir-se daquele olhar e, de leve, tremeram suas coxas numa convulsão involuntária e desconhecida até então. em delírio no momento seguinte, quando desviou os olhos, sentiu vestir roupa demais e uma necessidade de despir-se quase a nocauteou, não fosse o comentário sem relevância e estúpido, mas com algum sentido naquele contexto, da amiga que despercebeu o momento que seria eternizado com um prazer faminto que quase não pode esperar a noite, o escuro e a solidão do quarto de menina para ser eternizado. e daí que a sua amiga tinha menstruado, era o seu primeiro pensamento, ela não precisava saber exatamente o que acontecia com o corpo dela. mas depois, quando subiu as escadas, não conseguia parar de pensar no vermelho. o vermelho até então não vazado. não pensava em sua menstruação que fora até precoce e mal conseguia pensar nela sem lembrar das terríveis cólicas. mas na ferida causada pelo amor a que ainda estava sujeita por falta dele. por não ter ainda sentido aquele olhar tão em si. seria dele, e não demoraria.

(biel)

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