Sugiro o sorriso de Mona Lisa
assim mesmo, de leve,
e sorrio, um pouco demais.
Do outro lado, ela enlouquece
faísca de raiva, uma raiva bege que ferve sobre sua pele negra e bonita.
Do lado de cá, o sorriso diminui,
agora sim, Mona Lisa!
Atravesso a avenida e, do canteiro central,
me volto
a tempo
de ver a expressão atenuar-se num insulto do olhar
meio de lado, mas sempre superior.
Contento-me com o horizonte,
concreto,
onde aquelas asas batem
asas negras
que de todo me abraçarão no sonho
do outro lado da avenida.
Um comentário:
imaginei a cena se passando na avenida Paulista :)
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