sábado, 12 de abril de 2008

A Fábula Paciente

Era uma vez uma princesa que amou até seu coração se tornar o maior de todos. Com ele, a princesa venceu dragões e toda a sorte de criaturas nefastas. Até venceu a si mesma. Não tinha nascido pura, mas depurou-se. Subiu aos céus, no bojo do seu coração, e trocou seu quinhão de enxofre pelo azul celeste. Como amava muito um homem, entregou tudo, sem receios. O homem, evidentemente, levou tudo consigo, muito satisfeito. A princesa decidiu que jamais cortaria seus cabelos até que seu venturoso bem-amado voltasse. Os seus serenos cabelos vagarosamente cresceram, qual o coração. E desceram aos pés. Desceram ao chão. Desceram até o inferno.

O Diabo subiu pelas tranças e desposou a princesa.

(Gu)
tanta bolha de sabão...
e a sua letra
evaporando
de cada linha
ao calor cordial

vem o anjo brincar
vem e explode a bolhinha
debaixo da asa
deu muita risada

- que falta que faz?
uma lagriminha aqui
e tem mais...
o tempo sopra...

não é doce
arde o olho
mas lava
(não apaga)
a todo vapor
(Gu)