quarta-feira, 16 de julho de 2008

do escuro

no fundo do canto do quarto
a barreira do corpo inverte o parto
some no escuro a voz
e a lágrima no riso desfaz

a noite invade serena e constante
penetra o dia de sol sufocante
no canto quarto alguém se debate
na ânsia de ti ser a parte

o grito cindido do corpo
um espasmo contorse, à dor se consente.
no dia seguinte (amanhã cinza)
sobram espaços mas flores e cores nas tintas

despenca a noite os olhos desviam
indagam o beijo com a carne gelada
no instante antes da noite estrelada

-olha lá...
-tanta estrela... olha lá
-tanta estrela..
-só sobrou..
-..o céu

o amor nasceu...

(biel)

Nenhum comentário: