segunda-feira, 21 de julho de 2008

calendário

ouço vozes
mantêm-me na linha.
vêm de longe.

um
eco
para inflar meu ego.
no centro
só há

mas na volta
na curva
no giro do mundo
ergue-se um novo sol
pra mais um dia de sal
e uma doce noite.

(biel)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

um encontro

sobe pútrida a nuvem...
seus membros expelem vermes em doce deslizar
e é nesse lugar
que me afogo

só aí encontro mais dois
síntese escancarada e sublimada de mim
suaves palavras e agudos sons
e versos

só aí revela-se algo sobrenatural
três bobões num afogamento suicida de espantar jesus
e de salvar as donzelas.

(biel)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

do escuro

no fundo do canto do quarto
a barreira do corpo inverte o parto
some no escuro a voz
e a lágrima no riso desfaz

a noite invade serena e constante
penetra o dia de sol sufocante
no canto quarto alguém se debate
na ânsia de ti ser a parte

o grito cindido do corpo
um espasmo contorse, à dor se consente.
no dia seguinte (amanhã cinza)
sobram espaços mas flores e cores nas tintas

despenca a noite os olhos desviam
indagam o beijo com a carne gelada
no instante antes da noite estrelada

-olha lá...
-tanta estrela... olha lá
-tanta estrela..
-só sobrou..
-..o céu

o amor nasceu...

(biel)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

pequeno intervalo do tempo

há que se ter períodos onde nada é documentado!
são exatamente esses os momentos de maior criatividade e inspiração onde a poesia atinge o nível do indizível. Um desmaio bêbado de poesia onde só veremos então um clarão feliz, bobamente feliz de ter experimentado algo desse nível, mesmo quando esse indizível beira a morta dessa mesma felicidade. mas no final, o que sobra são estórias pra contar...

Divirta-se, mas não muito

Biel